despertar...

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E pela primeira vez, ao beijar aqueles lábios famintos, ela sentiu nojo, dela, do lugar, dele, ela o empurrou por um segundo, ficou olhando aquela cena, aquelas roupas no chão, aquele espelho embasado, e sentiu dó, sentiu desprezo, coisas que ela nunca sentia antes, ela ficou observando ele concentrado, de olhos fechados, morrendo de tesão, e ela olhava para os lados, via as paredes se juntando, se fechando para ela, para eles, ela fechou os olhos e começou a pensar em outra pessoa, de como chegou até ali, e o porque ela ainda continuava fazendo aquilo com ela mesma..ela o empurrou outra vez - chega - disse para ele, para ela, para os lençóis -não dá, não é isso -não era nada disso a muito tempo, a cabeça dela estava certa de varias coisas, coisas que não era compatíveis com aquilo que ela vivia no momento, corpo molhado, agachou e procurou peça por peça de sua roupa - não vê que isso não faz sentido ? - aquelas paredes gritando o nome de outra pessoa, a raiva de arrependimento subindo pela cama, aquele vento la fora, secando o cabelo, ela saiu com alivio, deixando ele, a cama, o amargo - sua idiota, você volta - saiu vestindo a blusa de friu e o vento indicava coisa boa, - não para você - ela estava cansada de ver os mesmos rostos e surtar com os próprios pensamentos, já estava amanhecendo e ela ainda caminhava, cabelo e corpo seco, nem olhou para trás, nem lembrou do que deixou ali naquela casa, naquele quarto....

O alivio, por fim, conseguiu tomar conta, por inteiro, do corpo e da alma daquela menina que a cada vez que via o nascer do sol, se transformava na mulher que sonhava, livre, cheia de amor e de sorrisos para dar.

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1dia.